quarta-feira, dezembro 31, 2003

Ano Novo

Dezembro de 2001

Um ano novo está sempre cheio de novos propósitos, como se o mudar de folhas do calendário fosse mudar efectivamente algo em nós. Mas não é só o novo ano que nos faz acalentar a esperança que vamos conseguir ser diferentes, fazer as coisas de modo diferente. Qualquer mudança na nossa vida, ou mesmo nos nossos pertences, pode ter também esse condão. Uma mudança de casa, um armário novo, um computador novo são coisas que me fazem pensar, por algum tempo, que vou conseguir organizar melhor as minhas coisas, (melhor dizendo, as minhas tralhas) e consequentemente a minha vida.

Normalmente a desilusão é rápida e garantida. Os velhos hábitos mantém-se mesmo nos novos espaços, as tentativas de mudança ficam-se por isso mesmo, tentativas, mas sem qualquer efeito prático.
Mas eu não sou verdadeiramente desorganizada! Pensando bem, também não sou verdadeiramente organizada. É algo um pouco difícil de explicar, sou mesmo bastante organizada em certos aspectos, parcelares, mas tenho geralmente tudo um pouco desarrumado.
Quando arrumo alguma coisa sou bastante organizada e meticulosa no modo como o faço, separando, etiquetando. Contudo, como tal comportamento, por um lado determina grandes dispêndios de tempo, e por outro lado, tarefas demoradas que rapidamente se tornam enfadonhas, vejo frequentemente os trabalhos ficarem pela metade, restando um caos maior do que inicialmente tinha.

“Tudo o que faço ou medito
fica sempre pela metade,
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.”

Fernando Pessoa

..............................................
Dois anos passados, o que é que a vida me ensinou?
Que mais válida que os propósitos de mudança, voluntariosos e afirmativos, é a mudança que se insinua, que se vai instalando, que vai alterando os hábitos, pouco a pouco, dando tempo à consolidação dos mesmos.

Mais importante do que dizer, ou vou fazer, é olhar e poder dizer, eu já fiz, eu estou fazendo.

E é isso que eu vos desejo para 2004, Um Ano de Concretizações.

FELIZ ANO NOVO

Lá ando eu outra vez perdida ...

Lá ando eu outra vez perdida de blog em blog.
Em busca do Santo Graal eu parti, para me descobrir sem pénis, nem inveja . Vale a pena a visita.

Encontros breves, mas perfeitos. Enamoramento como risco. Os limites como desafios a transgredir. Basicamente não é preciso ser um crânio para ver neste jogo fantasia e sedução q.b.. E nem todos temos a matéria volátil que há no corpo de um trapezista para desafiar sem medo as leis da gravidade...”

“Em certas letras cabem palavras inteiras - e as coisas que as palavras querem dizer. Letras assim são imagens em movimento. «M» lembra a flor de Edelweiss e a Julie Andrews num rodopio de valsa austríaca distribuindo sorrisos e música no coração. Montanhas de alegria. Montanhas de felicidade. Montanhas de confiança na bondade dos homens.”

terça-feira, dezembro 30, 2003

Nada como um bom vinho...

para ficar com uma perspectiva diferente da vida.

Tambores

Vivo como se estivesse escutando outra música,
como se o meu ritmo fosse o de tambores distantes
que se propagam numa outra dimensão.
Todos os meus movimentos são deslocados,
minhas acções imprecisas.
Busco continuamente outra realidade que me fará reviver de novo.
Renascerei das minhas cinzas no fim de cada dia.

1990/03/30

Conflito de Gerações

”Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases:

1) "Nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."

2) "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."

3) "Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."

4) "Esta juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."

Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases. Então, revelou a origem delas:

A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.)
A segunda é de Hesíodo (720 a.C.)
A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.
E a quarta estava escrita em um vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia e tem mais de 4000 anos de existência.”


Este texto circula pela Internet, não sei a origem nem posso provar a veracidade das afirmações. Mas uma coisa sinto que é verdade, que o conflito de gerações sempre existiu e existirá, e será quanto mais forte quanto as pessoas se mantiverem apegadas a um tempo, a um lugar, a um modo de estar na vida, a ideias, a conceitos, a preconceitos …
E este “conflito de gerações”, tantas vezes se dá intra-geração, isto é, pequenas diferenças de idades e grandes clivagens.
O conflito de gerações tem no reverso da medalha a necessidade que o indivíduo geralmente tem de pertencer a um grupo, de pertencer a algo maior que ele próprio.
Umas vezes esse grupo é identificado não pelo que é mas pelo que não é, pelas coisas com as quais não concorda, isto é, por negação e não por afirmação.
Outras vezes é identificado pelo aspecto e não pelas ideias.
Acho que nunca me inseri verdadeiramente em grupo nenhum, sempre fiz ligações transversais entre grupos.
Conflitos de gerações acho que os senti fortemente no final da adolescência mas nessa altura a vida encarregou-se de, rapidamente, me fazer parte de mais do que uma geração.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

PS. Beijos

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Para o JK

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Que no próximo ano consigas melhorar tudo o que consideraste menos bom este ano. E o que foi bom, se não o conseguires exceder, pelo menos o mantenhas.
E relax … a vida é para ser apreciada!

domingo, dezembro 28, 2003

Expresso

Expresso deste fim-de-semana, caderno de programação, uma foto e uma legenda.
Até aqui nada fora do comum não fora a legenda não coincidir com a foto.
A foto refere-se ao Paço dos Duques de Bragança em Barcelos, na legenda aparece a cidade de Guimarães.
E podia ser só um caso de legenda trocada, mas não parece o caso, uma vez que nas duas cidades existem Paços dos Duques de Bragança.
O de Barcelos, em ruína tal como se pode ver na foto do jornal, o de Guimarães, reconstruído, como podem ver na segunda imagem.
Desculpem, mas não parece gralha na composição, parece ser sim, erro de identificação.

expresso-373.jpg


Qual é o teu nome Star Wars?

Parece que o George Lucas utilizou uma fórmula para criar todos aquelas nomes esquisitos que aparecem no Star Wars trilogy e Phantom Menace (Jar-jar Binks, ObiWan etc). Descobre o teu nome Star Wars, seguindo os passos em baixo:

O teu primeiro nome Star Wars
1: Escreve as 3 primeiras letras do teu apelido.
2: Acrescenta-lhe as 2 primeiras letras do teu primeiro nome.

O teu apelido Star Wars
1: Escreve as 2 primeiras letras do nome da tua mãe.
2: Acrescenta-lhe 3 primeiras letras da cidade onde nasceste.

O meu é
VALMA MABAR
(até parece nome de gente!)

sábado, dezembro 27, 2003

Acho que vai ser mais um...

Acho que vai ser mais um para a ronda diária.
Ainda tenho dele muita coisa antiga a percorrer, mas para isso é preciso tempo, que os textos são muitos e bons.
BLOGUICES
Melhor definição do que a do seu voto de natal ainda não encontrei …

“Sou simples nos sentimentos.
Quando gosto, é para sempre.
Pessoas que passaram na minha vida são sempre inesquecíveis.
Lembro com muito afecto aqueles que já se foram, pensando só nos momentos felizes.
E o que me acalenta é que os amigos de hoje, mesmo a alguma distância, estão sempre ao alcance dum clique.”
Eduardo

Mimados

Ao descobrir este blog chamado desenhos animados e jogos lembrei-me de um texto que escrevi em que também falava deles.
Acho que hoje estou com disposição de regressar à infância.

(…) para mim a situação mais engraçada de arranjar um outro nome para uma coisa e fazer o seu uso sistematicamente, foi o caso dos desenhos animados.

Os desenhos animados eram os "mimados". Quando a minha irmã nasceu também começou a ver "mimados". Às vezes ecoava em casa um grito de guerra em tom agudo "Mimados", largávamos o que estivéssemos a fazer e corríamos escadas acima para nos "plantarmos" em frente da televisão.

Quando o meu irmão nasceu, já tinha eu quase 11 anos, tornou-se o número 3 do clube dos "mimados". E a palavra “mimados” era tão natural que nem me questionava sobre a correcção do seu uso, apesar de saber perfeitamente qual a sua designação correcta.

Foi já após o nascimento da minha filha, quando ela começou a falar, e a conviver desde cedo com outras crianças no colégio (que não pertenciam ao clube dos mimados), foi nessa altura que eu tive de finalmente abandonar um dos últimos bastiões da minha linguagem infantil.

Um dia a minha filha voltou-se para mim e disse-me:

"Mãe, tu não sabes falar, é desenhos animados que se diz!"

E eu nessa altura contei-lhe a história dos "mimados”, mas a partir de então abandonei o termo.
(…) 22-9-1995

O termo infantil que ainda não abandonei é o nome com que designava a minha avó, e esse nunca será abandonado.

Quem se lembra?

Descobri o link aqui (o seu a seu dono, claro!) e não resisti.

Quem se lembra de O Sítio do Pica-pau Amarelo?

Marmelada de banana
Bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)
Boneca de pano é gente
Sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)
Rios de prata piratas
Vôo sideral na mata
Universo paralelo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)
No país da fantasia
Num estado de euforia
Cidade Polichinelo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)


Vamos ver se a dica que tinha na página faz com que se ouça a música!


Gilberto Gil - O Sítio Do Pica-Pau Amarelo

THE PEOPLE THAT YOU NEVER GET TO LOVE

(Rupert Holmes)

You're browsing through a second hand bookstore
And you see her in non-fiction V through Y
She looks up from World War Two
And then you catch her catching you catching her eye.
And you quickly turn away your wishful stare
And take a sudden interest in your shoes
If you only had the courage, but you don't
She turns and leaves and you both lose.

And you think about
The people that you never get to love.
It's not as if you even have the chance.
So many worth a second life
But rarely do you get a second glance
Until fate cuts in on your dance.

And you'll see her on a train that you've just missed.
At a bus stop where your bus will never stop.
Or in a passing Buick when you've been pulled over by a traffic cop.
Or you'll share an elevator, just you two
And you'll rise in solemn silence to your floor.
Like the fool you are you get off
And she leaves your life behind a closing door.

And you think about
The people that you never get to love
The poem you intended to begin
The saddest words that anyone has ever said
Are "Lord what might have been"
But no one said you get to win.

Still you're never gonna miss what you don't know
And you don't know who you'll meet at half past three
It could be a total stranger who looks something just exactly much like me.

One of the people that you never get to love
One of the people that you never get to love
The people that you never get to love.



“Descobri uma música, melhor dizendo, ouvi-a de forma diferente, e senti-me levada por ela.
Um jazz bem íntimo, um poema bonito e uma empatia muito grande.
Acho que pelo menos durante algum tempo será a minha música.
"The people that you never get to love" Susannah McCorkle
Fala daqueles com quem nos cruzamos, mas que nunca chegamos a conhecer, nunca chegamos a amar.
Ligações fortes e efémeras como o cruzar de um olhar, um sorriso, um sonho.
Como as palavras que se trocam, confidencias, partilhas, como as almas que se tocam à distância que a tecnologia nos permite.
Acho que a música e o sol me puseram assim, sonhadora, sensível... querendo abarcar o mundo todo.”

5-12-2002


Quantas vezes conseguimos fazer a reconstituição do que foram momentos e disposições da nossa vida em função de determinadas músicas, escutadas na altura, e que quando recordadas têm o dom de nos transportar no tempo, literalmente, com todos os pequenos detalhes.
Lembro-me que a primeira vez que escutei com atenção a letra desta música estava no carro, num dia de Outono frio, mas solarengo, parada no parque de convidados da FEUP.
Já tinha escutado a música antes, mas sempre com a cabeça ocupada por muitas outras coisas, de tal forma que a letra era algo que servia unicamente de suporte à melodia. O cérebro não se dava ao trabalho de descodificar os sons em palavras e as palavras em sentidos.
Nesse dia, talvez porque estava a fazer horas para que a conferência fosse reiniciada, ou talvez porque o sol que batia no carro e aquecia o interior convidasse a ouvir, a escutar, a esvaziar a cabeça e a sentir, talvez por isso tudo, ou por qualquer outra coisa, apercebi-me da letra.
Nesse dia essa mesma música foi escutada repetidamente até que a letra já era sabida quase de cor.
E a primeira impressão, passada para o bloco de apontamentos que carregava na altura, revelou-se correcta, foi efectivamente a minha música durante muito tempo.
Hoje? Continuo a adorar a música, mas o toque é já diferente, eu estou diferente, passou um ano e como se costuma dizer, muita água debaixo da ponte.
Acho que passou um oceano inteiro nesta ponte de um ano de comprimento.


sexta-feira, dezembro 26, 2003

You're so vain, you probably think …

You walked into the party like you were walking onto a yacht
Your hat strategically dipped below one eye
Your scarf it was apricot
You had one eye in the mirror as you watched yourself gavotte
And all the girls dreamed that they'd be your partner
They'd be your partner, and....

You're so vain, you probably think this song is about you
You're so vain, I'll bet you think this song is about you
Don't you? Don't you?


You had me several years ago when I was still quite naive
Well you said that we made such a pretty pair
and that you would never leave

But you gave away the things you loved and one of them was me
I had some dreams they were clouds in my coffee, clouds in my coffee and....

You're so vain, you probably think this song is about you.....

Well I hear you went up to Saratoga and your horse naturally won
Then you flew your Lear jet up to Nova Scotia to see the total eclipse of the sun
Well, you're where you should be all of the time
And when you're not you're with
Some underworld spy or the wife of a close friend
Wife of a close friend, and....

You're so vain, you probably think this POST is about you.....

Carly Simon


I’m so vain …
Às vezes não vos parece, quando se cruzam com determinado post, que ele vos é dirigido de alguma forma?

Para lá do Natal

Depois de uma pausa programada no blog, (ao contrário de todas as anteriores que sempre foram constatadas à posteriori), retomar a actividade parece quase um segundo nascimento.
Acho que deve ser da quadra esta sensação de que tudo na natureza começa novos ciclos.
Foi o Inverno que começou há poucos dias, o Natal que celebra o nascimento de um menino, de uma religião, de uma forma de estar na vida, o novo ano que se avizinha.
Novos propósitos que se assumem, desejos efectivos de mudança, novas aquisições…

Passei parte da tarde passeando de blog em blog, pensando que queria escrever algo, mas ao mesmo tempo, deixando pela metade tudo o que iniciava, porque achava que este post não deveria ser só mais um post. E assim continuei no meu passeio por blogs, percorrendo os meus links, e os links dos meus links, como quem percorre com os dedos os galhos de uma árvore, os braços até aos dedos da mão.

Alguns blogs começam a retomar a actividade, outros mantém-se em descanso natalício. Há quem não tenha tido direito a descanso nesta quadra e tenha aproveitado pausas de trabalho para mais um post, há os que não resistiram ao afastamento e madrugada dentro, ainda ao som das vozes em conversas de família, tenham ligado o computador para uma pequena espreitadela e comentário.
As vezes temos a sensação que a verdadeira vida não é a que se passa lá fora, mas a que se passa dentro deste mundo, desta comunidade em que a comunicação é pedra de toque.
Quantas vezes, quando por necessidade ou vontade, passo um dia ser ver o e-mail, sem entrar na net, sem fazer as visitas habituais aos blogs, sem comentar nem ler comentários, sinto que ando vendada, sinto que fiquei encerrada em casa, de janelas fechadas e cortinas corridas enquanto a vida decorria lá fora. Mas lá fora andei eu o dia todo, e contudo sinto falta da vida que decorre neste mundo de impulsos eléctricos. Sinto falta, mas mais do que falta é a curiosidade, é a vontade de ser surpreendia por algo. Uma mensagem, um texto, uma foto, um pensamento …

Uma surpresa bem gostosa foi este texto do Pedro, do outro lado do Natal
Foi ao lê-lo que decidi que já era hora de voltar a escrever, porque precisava de dizer o quanto apreciei a estória. Ás vezes nem sei explicar porque é que determinadas coisas tocam de forma especial algo que tenho dentro de mim, só sei que este conto está cheio delas.

Nesta altura Caetano Veloso canta:
“Navegar é preciso, viver não é preciso.”
Parece quase brincadeira de palavras com tudo o que estava a escrever.

quarta-feira, dezembro 24, 2003

Finalmente NATAL

cartao_natal2.jpg

Não, já não tenho a ansiedade que tinha em criança pelo Natal!
Já não tenho a expectativa e a curiosidade de quando a minha filha era pequena e vibrava com cada uma das prendas.

Mas de qualquer forma gosto quando ele finalmente chega.
O dia vai ser longo e confuso!
Muito trabalho a fazer, muitas coisas a coordenar.
E já sei que de alguma coisa me vou esquecer …
Alguma coisa não vai correr conforme o planeado…

Mas no final, espero divertir-me, como sempre tem sucedido.
Quantas vezes o mais divertido é o que nós não conseguimos controlar, os erros que sucedem, os percalços, as gafes … as escorregadelas, a loiça que se parte, sei lá, tanta coisa …
Eu gosto da surpresa.

Um Bom Natal para TODOS

(este blog entra em período de reflexão e de digestão natalícios. Vou-me dedicar ao bolo rei, à aletria, às batatinhas, ao bacalhau e, muito mais importante, à família e aos amigos.)

All night long ...

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terça-feira, dezembro 23, 2003

What Type of Soul Do You Have ?

Artistic
You are naturally born with a gift, whether it be
poetry, writing or song. You love beauty and
creativity, and usually are highly intelligent.
Others view you as mysterious and dreamy, yet
also bold since you hold firm in your beliefs.


What Type of Soul Do You Have ?
brought to you by Quizilla

Coisas a fazer - update

Notas a reter

Ler as receitas com antecedência
Fazer listas de ingredientes antes de me propor a fazer cozinhados
Verificar se tenho tudo em casa e dentro do prazo de validade
Fazer isso com tempo para se não tiver em casa alguma coisa ainda poder ir às compras a um local que me agrade.

O que se passou?

Pudim – faltava o caramelo para barrar a forma. Tinha sido atacado pelas formigas numa das suas ultimas incursões pela cozinha e ido para o lixo. Já não me lembrava.

Aletria e leite-creme - os limões que existiam cá em casa já não se encontravam em condições de serem usados. Lixo com eles.

Tarte de maracujá – a validade do leite condensado já expirou há uns meses, para não falar que só tenho gelatina de outros frutos em casa.

Resultado

Não tive outra opção que depois de jantar ir ao supermercado cá da zona, de que não gosto, 10 minutos antes dele fechar. Não havia limões, não havia gelatina neutra nem de maracujá, tive de improvisar.
Depois conto os estragos feitos :)

Conto de fadas

”Era uma vez um casal que fazia bodas de prata e estava também celebrando seus 50 anos de idade.
Durante a celebração, apareceu uma fada e lhes disse:
- Como prémio por terem sido um casal exemplar durante 25 anos, concederei um desejo a cada um de vocês!
- Quero viajar ao redor do mundo com o meu querido marido - pediu a mulher.
A fada moveu a varinha e... zás!
As passagens apareceram nas mãos da senhora.
Em seguida, foi a vez do marido. Ele pensou um momento e disse:
- Bem, esse clima está muito romântico, mas uma chance dessas só se tem uma vez na vida. Então... bom, desculpe, benzinho - disse, olhando para a esposa ¿ mas, meu desejo é ter uma mulher 30 anos mais jovem do que eu!
A fada fica chocada, mas pedido é pedido: então faz um círculo com a varinha e... zzzzzzzzás!
E... o homem ficou com 85 anos!

Moral da história:
Se alguns homens são sacanas, as fadas madrinhas são mulheres!”

Li esta anedota aqui e achei graça.


Maracujá

Será que não existe nenhuma receita de maracujá que não leve gelatina ou leite condensado?

Encontrei uma muce de maracujá que leva leite condençado … não estou a inventar, podem ver aqui
http://vovozinha.matrix.com.br/forum/index.php3?more=78
e aqui
http://vovozinha.matrix.com.br/forum/read.php3?id=83

Coisas a fazer

Este ano não vou ao Natal, o Natal é que vem ter comigo

Lista de coisas a fazer:

Fazer uma tarte de maracujá
(nota: procurar na Internet receita de tarte de maracujá que não leve gelatina, não comprei e não me apetece ir para a confusão)
PS. Se tiverem. Mandem por email, pleeeaase!
PPS Não tem nada a ver com tradição, é que encontrei uma lata de polpa de maracujá e quero experimentar.

Fazer leite-creme
(nota: telefonar a pedir emprestada a pá de queimar o creme, a que tinha não era compatível com fogão vitro-cerâmica.)
Fazer aletria
(acho que para isto já tenho tudo)
Fazer pudim
etc...


Vamos ver se não me esqueço de nada.

Furo

Ontem tive um furo.
Clarificando …
Ontem tive um grande buraco no pneu do meu carro, tão grande que conseguia meter o meu dedo sem dificuldade pela cratera aberta. Mal dei por ela, o que foi imediatamente porque o ar saiu num ápice, encostei num lugar de estacionamento miraculosamente vago numa rua onde só passa mesmo um carro de cada vez e sem passeios onde pudesse subir.
No azar, tive sorte!
Estou a imaginar o meu carrinho parado no meio de uma das artérias de saída da cidade, com carros e autocarros parados atrás e sem dúvida, buzinas a tocar e palavras menos próprias. E tudo isto a dois dias do Natal, com o trânsito “de la saison”.
Tive o azar de um furo e a sorte de um local para estacionar.
Carro encostado, saí e fui buscar a chave à mala para constatar o já esperado, por mais que me esforçasse, não conseguia rodar um grau que fosse nenhuma das porcas que prendem a jante.
Mais um azar.
Voltei ao carro, peguei o telemóvel e comecei a procurar o número de telefone da assistência em viagem. Mais uma vez teria que recorrer aos seus serviços, porque pura e simplesmente não tenho força para fazer rodar a chave de má qualidade que equipa o carro. Mesmo colocando todo o meu peso em cima da chave ela não se move. Da última vez que tive um furo, o que foi ainda no mês passado, tinham-me dito que era conveniente comprar uma chave diferente. Mas como acabo muitas vezes a deixar para amanhã … e para depois de amanhã, o que já podia ter feito, não tinha comprado a chave ainda. E assim, por culpa minha, fui apanhada mais uma vez desprevenida.
Bateram-me na janela do carro, um casal que passava ofereceu ajuda para mudar o pneu. Como me disseram, estavam a fazer horas à espera do filho que tinha vindo à faculdade. Ainda bem que ainda existem pessoas assim, que olham à sua volta e não hesitam em oferecer ajuda a alguém que não conhecem de lado nenhum.
Tive o azar de não conseguir mudar o pneu e a sorte de me ser oferecida ajuda.

E lembrei-me do post do Jotakapa que tinha lido “Sorte ou Azar”
Aparentemente, sorte e azar caminharam de mãos dadas, tentando o equilíbrio. Acho que foram como dois coxos apoiando-se mutuamente.
Nenhuma das duas com força suficiente para se aguentar sozinha.
AINDA BEM!

Acho que agora sim ...

Acho que agora sim, merece um link aqui ao lado.
A segunda encarnação é bem mais do meu agrado que a primeira, mais do tipo de ficar debaixo de olho.
De que falo? Deste blog < Gotika >.
Façam vocês as vossas investigações e descubram qual era a primeira encarnação.

Acho que devo confessar uma coisa.
Os links aqui ao lado antes de serem para os outros, são para mim, são uma forma de eu fazer facilmente a “ronda diária” a alguns blogs.
Por isso são poucos, porque se a lista fosse grande, como os meus “favorites” no IE perdia completamente a utilidade.
É antes de mais uma questão de disponibilidade de tempo, se o tempo é pouco temos que ser selectivos. E quando sobram alguns minutos, navegar sem roteiro estabelecido, ao sabor de links e comentários noutros blogs.

segunda-feira, dezembro 22, 2003

O Natal e o comércio

Existem sempre algumas compras de Natal que prefiro fazer no comércio tradicional.
Lojas únicas em ruas únicas, objectos que fogem à uniformidade dos centros comerciais.
Fui até à Rua de Cedofeita, dar uma volta e ver se arranjava ideias para as últimas prendas.
Acabei a entrar numa loja, daquelas que tem todo o tipo de coisas para a casa, loiças, talheres, tabuleiros… de tudo um pouco.
Enquanto a empregada que me atendia fazia os embrulhos com esmero, ia falando.

Dizia ela:
“Se eu pudesse, passava por cima do mês de Dezembro, do mês do Natal.
Hoje tive 20 minutos para almoço, ainda tentei ir a uma loja aqui ao lado fazer uma compra, mas nem consegui chegar a ser atendida. Os empregados comerciais deviam ter um dia para fazer as compras, mas não, neste mês trabalhamos domingos e feriados. E não é depois de um dia todo em pé que estamos com forças para ir para a confusão de centros comerciais.”


Não pude deixar de concordar, tenho a sorte de poder definir eu o meu horário, se entro mais tarde, saio mais tarde, se preciso de faltar um dia, compenso nos outros, o importante é o trabalho ser feito.

E continuou:
“Amanhã a minha filha faz anos, e eu não lhe comprei nada. Vou-lhe dar dinheiro e ela vai comprar a prenda. Agora já é grande e vai festejar com os amigos, mas imagine o que era, quando era pequena, nunca ter a mãe presente na festa de anos, e eu ter de deixar tudo preparado, para a festa da família.
E agora, com os Centros Comerciais, as coisas estão piores para os empregados do comércio tradicional, porque a coberto da crise, da necessidade de vender, acabamos a tentar estar o máximo de tempo abertos, para tentar vender o máximo.”


Lembro-me de há uns anos, uma amiga que trabalhava numa loja me dizer que o mês do Dezembro era o que permitia manter a loja aberta. Nesse mês vendiam tanto como nos restantes 11 meses do ano.
Por isso, todo o tempo que conseguem estar abertos é precioso. E imagino que fazem horários próximos dos dos estabelecimentos dos centros comerciais, mas sem o correspondente aumento de pessoal para o trabalho por turnos.

Os embrulhos ficaram prontos e eu despedi-me, desejando um bom Natal.

E querem saber o que é irónico?
As prendas que comprei podia tê-las comprado em qualquer centro comercial.

domingo, dezembro 21, 2003

Pensamento do dia

pensamento do dia.jpg

Servidor em baixo? No Problema

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Cadeiras de cartão

Se, este Natal, tiverem dificuldade em arranjar sítio para sentar o pessoal todo, aqui fica uma sugestão.
Cadeiras em cartão … é só armar e toca a andar.


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385.jpg

http://www.designboom.com/cardboard.html

Templates

Para quem anda com dúvidas existenciais, e pretende mudar a roupagem do blog, deixo aqui um link, de um site brasileiro, cheio de templates. Para todos os gostos … ou quase.
Não encontrei nenhum que servisse para um blog chamado Puta de Vida.
Gostei deste do Garfield, mas não é adequado.



http://www.templatesbymarina.blogger.com.br/

PS. O dicionário do meu processador de texto não conhece a palavra “Puta”, e insistiu que eu a mudasse para “Pauta”! Pauta de vida! Devo eu tocar outras músicas?

sábado, dezembro 20, 2003

raindrops keep falling on my head

raindrops keep falling on my head,
but that doesn't mean my eyes will soon be
turning red —
crying's not for me, 'cause
I'm never gonna stop the rain by complaining
so, I just did me some talking to the sun
and I said I didn't like the way he got things done —
sleeping on the job, those
raindrops are falling on my head,
they keep falling

but there's one thing
I know:
the blues they send to meet me
won't defeat me —
it won't be long 'til happiness steps
up to greet me

raindrops keep falling on my head
and just like the guy whose feet are too big
for his bed,
nothing seems to fit, those
raindrops are falling on my head,
they keep falling
yeah, but I'm free
and nothing's worrying me

it won't be long 'til happiness steps
up to greet me

raindrops keep falling on my head,
that doesn't mean my eyes will soon be
turning red —
crying's not for me, no
I'm never gonna stop the rain by complaining,
because I'm free,
nothing's worrying me

Burt Bacharach

Gostava de conseguir colocar sons no blog para que pudessem ouvir a música.
Mas ela é conhecida, de certeza já ouviram, por favor entoem … com os lábios ou com a imaginação :

but there's one thing
I know:
the blues they send to meet me
won't defeat me —
it won't be long 'til happiness steps
up to greet me

Motivação ou Acomodação

”A águia é a ave de maior longevidade. Chega a viver 70 anos, mas, para chegar a essa idade, aos 40 é obrigada a tomar uma difícil decisão. Nessa idade ela está com as unhas compridas e flexíveis, e não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta; o bico, alongado e pontiagudo, se curva; as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, já não permitem o voo garboso.

Então, a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que durará perto de 150 dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher a um ninho, próximo a um costão protegido, de onde ela não precise sair.
Quando encontra esse lugar, a águia bate o bico na pedra até conseguir arrancá-lo. E espera, pacientemente, nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só depois de cinco meses sai para o seu voo de renovação e para então viver mais 30 anos.

O meu desejo é que você tenha coragem de ser como a águia para, se preciso, promover um processo de renovação, mesmo que seja doloroso. Às vezes, para que alcancemos um vôo de vitória, devemos nos desprender de pessoas, costumes, lembranças e coisas que nos causaram dor ou não servem mais.

Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.”


Desconheço o autor mas gostei do texto e da mensagem que transmite.
Na vida nem tudo é fácil, mas que se tivermos motivação suficiente, podemos ultrapassar as dificuldades e apreciar em plenitude. Pelo menos eu quero acreditar que sim.

Este texto traz-me à memória um livro de que gosto bastante e que volta e meia me serve de inspiração.

Fernão Capelo Gaivota

PS. Depois de colocado o post, vi que tinha alguma coisa a ver com este post do Jotakapa , sobre a Sorte ou Azar.


sexta-feira, dezembro 19, 2003

A velha fábrica

O trânsito estava intenso e fiquei parada, em fila, em frente da velha fábrica. Era uma presença familiar mas até então não me tinha dado ao trabalho de a observar com algum cuidado. Era constituída por dois corpos, um mais alto, e uma ala lateral. A ruína em que se encontrava dava-lhe um certo encanto. Dei por mim a pensar que tinha que tirar uma fotografia, talvez a preto e branco.

As paredes revestidas a azulejo amarelo, as janelas, duas, com uma grelha metálica, em que o vandalismo tinha aberto um quadrado maior, simetricamente central, as telhas que emolduravam a fachada, todo o conjunto tornava para mim aquela uma presença agradável.

Pensei em que poderia ser transformado o edifício, uma vez que a velha cerâmica há muito que fora encerrada. Dava um óptimo ninho de empresas, com a criação de escritórios laterais em torno de um átrio central. Colocaria uma enorme clarabóia, um jardim de Inverno e o sistema de acessos nessa zona central. Seria como espaço de convívio e zona de espera.

Poderia ser também um edifício de ateliers de artistas, e a zona central um espaço de exposições permanentes.

Embrenhada nestes meus pensamentos lá fui arrastando o carro, lentamente, ao ritmo dos outros, até que passei sob o Arco do Prado.

Esqueci a velha fábrica, agora eram só mais dois minutos e estaria em casa, jantar a preparar, algum trabalho a fazer e finalmente dormir.

No dia seguinte, quando voltava a casa pelo mesmo caminho de sempre (esperando nenhuma surpresa), ao desfazer a curva da velha fábrica, ergui os olhos e nada. Não estava lá nada. Num único dia tinham demolido a velha fábrica. Unicamente restava, isolada, a chaminé de tijolo vermelho. Mesmo os escombros acumulados, não pareciam suficientes para terem sido aquelas paredes que eu conhecia e apreciava.

Senti que me tinha sido retirado algo. Durante oito anos passei por ali quase diariamente e só no dia anterior tinha observado verdadeiramente com cuidado o edifício. Hoje já não existia!

Não havia tirado a tal fotografia, nunca havia visitado o interior e agora já não seria possível.

Nós damos muitas vezes por adquiridas certas coisas, mas é tudo tão efémero que num pestanejar de olhos já lá não está.

Não é à toa que a sabedoria popular diz:
“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.”

(18-8-1999)

Mais um link

Mais um link aqui ao lado …

Todos os dias perco mais tempo do que me poderia dar ao luxo, ou ao prazer, a saltar de blog em blog, lendo comentários e posts. Alguns tornam-se locais a visitar habitualmente porque alguma empatia se cria com o que encontro escrito, ou porque determinado texto me cativa de uma forma especial..

Foi o que me aconteceu hoje no Fruto Xocolaty quando li o “Adeus Princesa”.

A história tocou-me de uma forma particular, pelos factos e pela forma como estava escrita. Não vale a pena contar, vão lá ler com as palavras originais.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Céu

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Hoje apeteceu-me fotografar o céu.

A cidade estava coberta com uma manto cinzento de textura uniforme aqui e ali rasgado por uma réstia de azul.

Mas junto ao mar, o céu era completamente diferente, cheio de vida, cheio de volume, cheio de luz e de sol.

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Palavras

“Há palavras que são como bibelots. Palavras que adornam, compõem e equilibram o tempo e o espaço do discurso. Há palavras que apenas servem para isso. (…)”

Aqui pode ler palavras que servem para muito mais.

“The hardest to learn is the least complicated”

(Indigo Girls – Swamp Ophelia)

O Cd rodava já há vários dias no leitor do carro, mas os pensamentos em mente deixavam apenas apreender os ritmos, os sons e não o sentido das palavras.

As coisas mais simples são às vezes as mais difíceis de atingir, as mais duras de implementar.

Quando olhamos para o que foi a nossa evolução, enquanto humanidade, vemos que os saltos decorreram geralmente da constatação de factos que se tornaram evidências.

Imagino, perdido nas brumas do tempo, um homem que olha outro fazendo transportar algo com uma roda e pensa, não com os seus botões, que essa solução provavelmente ainda não existia, ainda não tinha sido descoberta, mas pensa, de si para si:

“Como não me consegui eu lembrar disto, tão simples, e sempre aqui esteve! Porque é que ninguém usou este sistema antes?” (claro que a formulação deve ter sido ligeiramente :) diferente, mas em essência... não deve ter andado muito longe :)

Exemplos todos nós temos, no âmbito profissional e no âmbito pessoal.

A solução era tão simples e todavia... difícil de encontrar. Mas quando se atinge... a satisfação enorme de ter atingido a simplicidade.

O Cd continua a rodar, outra música toca já, outra música de que só do ritmo me apercebo, embrenhada que estava novamente em pensamentos.

Criatividade

"Tornar complicado aquilo que é simples é fácil; tornar simples, surpreendentemente simples, aquilo que é complicado, isso é criatividade."
Charles Mingus

Árvores

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Lembram-se de quando desenhavam árvores de Outono nos cadernos de escola?
Por mais que tentássemos representar o emaranhado de troncos, ramos e galhos, a natureza superava-nos sempre! O desenho nunca parecia natural, pareciam sempre demasiado forçados os recortes dos troncos e o intrincado dos ramos.
Eu preferia desenhar árvores moribundas, daquelas cujo tronco surge tão despido de ramos que com um único traço contínuo conseguimos representar a sua silhueta.
Lembrei-me disso ao olhar as árvores recortadas contra o céu.
Pareciam mãos de pele fina e transparente, com veias demasiado vincadas.
Pareciam mãos cansadas e idosas tentando agarrar o céu.

Olhando a vida

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Deixa-me olhar nos teus olhos para sempre!
Deixa-me ver a vida neles reflectida,
quer sejam verdes de relva fresca ao amanhecer,
azuis de céu de verão escaldante,
ou castanhos cor de monte no Inverno.

Não me mostres injustiças!
Não me mostres dor, fome ou morte!.
Mostra-me paz, amor, alegria
que os meus são olhos de criança.
São verdes de esperança em dias melhores.

Mas se os teus forem olhos de leão
mostra-me então, paixão,
que os meus são olhos de mulher.

Fim de tarde

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Gostei de ver a iluminação de Natal contra o ceu rosado de um final de tarde.

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Desafios

Gosto de desafios.
Desafios que ponham à prova a inteligência, a capacidade de dedução, “little gray cellules” como costuma dizer Mr. Hercule Poirot, que tenho o prazer de ver neste momento na televisão.
Mas não gosto de desafios perdidos à partida ou só desvendáveis por recurso a artifícios menos recomendáveis.

Diário

Nunca considerei este blog como um diário, provavelmente em parte porque não quis ser cobrada de razões de alegrias ou tristezas por aqueles que me conhecem. A ideia inicial era ser um blog anónimo e nessa circunstância poderia verter para o papel, desculpem, deformação de uso, verter para o teclado impressões mais coladas à realidade.

Quando optei por partilhar o que escrevo com pessoas que conheço, o blog teria que ser menos um diário, menos um contar de situações e muito mais um conjunto de reflexões, mas claro que não consigo descolar o que escrevo das situações que vivo ou já vivi.

Hoje num dos blogs por onde passei encontrei um texto de desalento, e enquanto colocava um comentário veio-me à lembrança um texto que escrevi para alguém que conheci e que intentou o suicídio. Nunca cheguei a enviar, mas eu própria tenho relido o texto ás vezes quando me sinto mais em baixo e tenho que adquirir nova perspectiva.

“Quando hoje soube o que tinha tentado fazer não consegui conter as lágrimas.

Imagino o desespero, o turbilhão de problemas que se lhe apresentavam para pensar em terminar tudo.

Sinto a angústia que lhe devia ir na alma, um vazio de não saber o que realmente é esperado, o que deve fazer, se responde às expectativas…

Mas tudo é circunstancial, o que ontem era importante ou intolerável, hoje com outra luz, e também com outra disposição, tem que parecer suportável. Ainda que o ontem e hoje estejam a mais do que um dia de distância.

Feche os olhos e sinta o calor do sol a bater em cheio no rosto! Alheie-se de tudo e sinta unicamente o calor do sol, sinta a luz que lhe trespassa as pálpebras, e respire fundo!

Sinta a proximidade do chão, o calor que emana da parede branca, sinta o cheiro da terra regada ao amanhecer, sinta o sussurro da brisa, o canto dos pássaros, a agua que corre nos regatos, sinta, sinta, sinta com os sentidos do corpo e não com os sentidos da alma.

Encha-se de sensações físicas, sinta prazer pelo seu corpo, prazer por ser.
Não seja avestruz que enterra a cabeça demasiado fundo e por demasiado tempo.

Se existem problemas, eles vão sendo resolvidos ou perdendo a importância.

Não se pode deixar dominar pelas situações, pelo desânimo!

Pense que este tempo foi uma noite de sono agitado, com pesadelos e percepções estranhas da realidade, mas que o sol já desponta sobre os montes. Sinta o arrepio da madrugada, quando a temperatura desce ao mínimo para depois aquecer.”

terça-feira, dezembro 16, 2003

Gone...

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Às vezes, apetecia-me fazer o mesmo.
Fechada para balanço e descanso do pessoal.
Reabro-me para a vida em Janeiro.

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Pontualidade

Acho que se existe um local onde o conceito de pontualidade está completamente ausente, é nos consultórios médicos.

E não é um percalço num dia porque alguma coisa não correu segundo o planeado e se atrasou. Não, é por sistema!

Médicos que chegam tarde, consultas que duram meia hora, marcadas de quarto em quarto de hora, consultas para ver exames metidos no meio de consultas normais sem ter sido reservado previamente o tempo necessário, ou duas consultas marcadas para a mesma hora, como hoje me aconteceu.

“Como é particular, podemos fazer isso” explicava a recepcionista “sabemos que as pessoas tem urgência e marcamos”

Então como é? Pagamos e ainda por cima temos o direito a ser pior servidos?

O “over booking “ utilizado pelas empresas de transporte aéreo parece já ter chegado ás consultas médicas.

Resultado, ou alguém falta, ou ficamos em terra, algumas horas à espera.

HOJE, EU CRIEI RAÍZES!

Homem Procura-se

ATENÇÃO! LÊ ANTES DE VERES A FIGURA

Procura uma cabeça de homem na foto que está abaixo.

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De acordo com experiências médicas:

Se conseguires encontrar a cabeça do homem em 3 segundos, o teu cérebro direito é mais desenvolvido do que o cérebro de pessoas normais;

Se conseguires encontrar o homem em 1 minuto, o teu cérebro direito é normalmente desenvolvido;

Se conseguires encontrar a cabeça do homem de 1 a 3 minutos, o teu cérebro direito está a reagir lentamente e deverias ingerir mais proteínas;

Se conseguires encontrar o homem em 3 minutos ou mais, o teu cérebro direito é um desastre, extremamente lento; única sugestão: assiste a mais desenhos para ajudar a desenvolver o teu cérebro direito.

E ….se alguém não acredita, o que eu duvido, porque para gramarem com o meu blog tem um belo cérebro, bem desenvolvido, com toda a certeza

O HOMEM ESTÁ REALMENTE LÁ!






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O espírito do Natal

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domingo, dezembro 14, 2003

Intimidade II

Do comentário do Jotakapa:
"Interessante... assim a intimidade deixa-nos mais vulneráveis, daí a necessidade de saber escolher com quem podemos partilhar a intimidade.
Depois de partilhada a intimidade, as pessoas podem começar a exigir direitos sobre o que antes sonharam.
E quando passam a querer a intimidade mais vezes do que aquela que estamos dispostos a aceitar... corremos o risco de ficar vulneráveis, porque ficamos exposto.
Mas às vezes é bom estar vulnerável e existir alguém que cuide de nós sem exigir nada em troca.”



A intimidade, a verdadeira intimidade, deixa-nos sempre mais vulneráveis porque, para que ela exista, é necessário que a nossa couraça exterior se rompa, que se permita a proximidade, que se partilhem ideias e pontos de vista, enfim, é necessário que demos permissão a alguém para olhar para a nossa alma, para o nosso ser. E mais do que a intimidade física é importante a intimidade mental, a partilha, melhor ainda, a conjugação das duas, de corpo e alma , essa ligação que nos faz pensar que aquele é o nosso príncipe encantado.
E concordo que devemos ser selectivos quando nos decidimos desvendar assim, cativar e ser cativados, oferecer e receber.

Mas no comentário feito a ideia de intimidade é diferente da que eu pensei inicialmente, é vista mais como intimidade física, que pode ser contabilizada em vezes, que pode ser exigida e negada. Eu acho que a intimidade, pelo menos a que tinha em mente, quando é permitida, mantém-se, não se retira, não se consegue retirar. O contacto físico, a comunicação, esses podem ser cortados mas a intimidade, as ideias que foram partilhadas, os momentos que foram vividos, permanecem e permanecerão enquanto as recordações se mantiverem.

Acho que tudo parte do duplo sentido da palavra intimidade, e que no contexto do programa de televisão em questão tinha a ver com comunicação de desejos, com mostrar-se e não com contacto físico. (O programa era sobre pessoas com um desejo sexual bastante forte, e a tentativa de perceber os porquês e as implicações. Foi no Odisseia, não sei se vai repetir.)

Clone

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Intimidade

Ouvi hoje num programa televisivo

“Intimidade, é tornar-se vulnerável para alguém”

Quantas, afinal quantas?

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Gostei!

Andava à procura de vontade para começar a trabalhar, mas ela não se deixou encontrar. Fui passeando de blog em blog, o que já se torna um hábito absorvente.

E no Teoricamente Possuída , um blog que visito com assiduidade, encontrei notícia da descoberta de um outro blog que também a mim me cativou. Ainda vou no início da leitura, que nos seus quatro meses de existência já tem muitas coisas interessantes, mas gostei do que até agora li no Acentos e Cedilhas .

Vontade de trabalhar continuo à procura, mas pelo menos assim sinto que não foi uma vã demanda, encontrei em seu lugar algo que me agradou.

sábado, dezembro 13, 2003

Divulgação

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Sábado, 13-12-2003 pelas 21:30 na Igreja Nossa Senhora de Fátima
Gaveto da Rua Nossa Senhora de Fátima com a Rua de Oliveira Monteiro.
PORTO (Já me esquecia de dizer a cidade)

Ufa... Ufa...Ufa!

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Esta imagem é para alguém MUITO ESPECIAL, para que se consiga manter sempre à tona de água, mais que não seja, para respirar de quando em vez.

Tabaco II

Tinha um amigo que tinha vontades de deixar de fumar cíclicas.
Era uma pessoa bastante afirmativa, que se entregava por inteiro e com paixão a tudo o que se resolvia a fazer.
Mas era também uma pessoa algo volúvel...que saltava de interesse em interesse, de propósito em propósito, como abelha de flor em flor.

Um dia, numa dessas decisões imperativas de deixar de fumar, deitou dramaticamente os cigarros janela fora, espalhando-os pelo jardim da casa.

Foi encontrado nesse mesmo dia, pelas 3 da madrugada, de gatas no meio da relva e das flores, tentando encontrar os cigarros que lhe iriam acalmar o resto da noite.

Não sei o que foi feito dele, os nossos percursos seguiram direcções diferentes ainda antes da idade adulta.

Ás vezes tenho curiosidade em saber o que é que a vida fez de todos os idealismos que tínhamos, das tardes que passávamos juntos a ver como iríamos mudar o mundo. Das discussões metafísicas, das músicas dos Beatles e do Zeca Afonso cantadas em roda de amigos, das aulas de guitarra, do clube cultural, das animações nas escolas…
Foram tempos intensos, passaram entretanto 20 anos … uma vida para muitos.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Tabaco

Uma amiga que fuma desde a adolescência deixou de fumar há semana e meia.
O tempo é pouco para cantar vitória, ela sabe.
Mas também sabe que agora as motivações são bem mais fortes.
Um dos filhos, agora ele adolescente, começou a fumar.
E esta foi a forma que ela encontrou para que o tabaco fosse abandonado.

Tem que ser, antes de tudo, uma questão de coerência!
Como poderia ela tentar ditar leis que não tencionava cumprir?
Infelizmente, o exemplo dela não é o mais corrente.

Um conto de Natal

Num conto de natal fala-se geralmente de amor, fraternidade, entreajuda...

Natal, uma palavra tão oca e ao mesmo tempo tão cheia. Por si, não diz absolutamente nada, é a comemoração de algo que, “acreditamos”, aconteceu há 2000 anos, tão distante de nós quanto é possível estar.

Contudo, pode ser carregada de inúmeros significados. É tempo de perdão e mudança, como no conto de Natal de Dickens. É tempo de amor e fraternidade. É essencialmente tempo de alegria e festa, profana quase exclusivamente.

Natal é comércio para muitos. O Pai Natal, o velho São Nicolau, ou o menino Jesus são os melhores amigos da generalidade das lojas. O comércio fica aberto quase ininterruptamente no mês que antecede o dia 24, de modo a que todos possamos fazer as nossas compras, comprar as nossas prendas.

Mas o Natal é a altura em que nos podemos sentir verdadeiramente sós.

A solidão pesa mais quando é confrontada com os risos alegres de um bando de crianças em redor de uma mesa festiva. A solidão é muito maior quando do outro lado da mesa encontramos, em vez de um par de olhos, uma cadeira vazia e fria. A festa torna-se altura de depressão, altura de reflexão e de projectos de mudança. Contabiliza-se uma vida. Analisam-se opções. Por vezes, o que noutras alturas nos parece a escolha de vida ideal, nesta época apresenta-se como um desperdício.

Em vez de fama, dinheiro e poder, nesta época achamos que deveríamos ter apostado unicamente no amor e na felicidade. Devíamos ter apostado muito mais nos outros do que em nos próprios.

Infelizmente, a maior parte das boas intenções e votos de mudança, não sobrevivem ao fim da quadra natalícia.

Natal de 1990

"Como se faz para manter um amor?"

Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Num certo ponto, a menina disse:

"Como se faz para manter um amor?"

A mãe olhou para a filha e respondeu:

"Pega num pouco de areia e fecha a mão com força..."

A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão com mais velocidade a areia se escapava.

"Mamã, mas assim a areia cai!!!"

"Eu sei, agora abre completamente a mão..."

A menina assim fez mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão.

"Assim também não consigo mantê-la na minha mão!"

A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:

"Agora pega outra vez num pouco de areia e mantém-na na mão semi-aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade"

A menina experimenta e vê que a areia não se escapa da mão e está protegida do vento.

"É assim que se faz durar um amor..."

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Tristeza

Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará.
(…)
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no Outono concluir
que era o Verão a única estação
(…)
Mas, ó poeta, administra a tristeza sabiamente

Ruy Belo (A mão do arado)

Ufa!

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terça-feira, dezembro 09, 2003

Where have all the flowers gone?

Depois de ler este post aqui lembrei-me desta música, não sei se conhecem.
Estranho como certas coisas provocam curto-circuito na nossa mente.

WHERE HAVE ALL THE FLOWERS GONE

Where have all the flowers gone, long time passing?
Where have all the flowers gone, long time ago?
Where have all the flowers gone?
Young girls have picked them everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the young girls gone, long time passing?
Where have all the young girls gone, long time ago?
Where have all the young girls gone?
Gone for husbands everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the husbands gone, long time passing?
Where have all the husbands gone, long time ago?
Where have all the husbands gone?
Gone for soldiers everyone
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the soldiers gone, long time passing?
Where have all the soldiers gone, long time ago?
Where have all the soldiers gone?
Gone to graveyards, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the graveyards gone, long time passing?
Where have all the graveyards gone, long time ago?
Where have all the graveyards gone?
Gone to flowers, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the flowers gone, long time passing?
Where have all the flowers gone, long time ago?
Where have all the flowers gone?
Young girls have picked them everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Words and Music by Pete Seeger (1955)
(c) 1961 (renewed) by Sanga Music Inc.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Mistério desfeito

Não há como invocar os “experts” para ver os problemas resolvidos.
Afinal o meu contador só andava a brincar às escondidas comigo, toda a gente o conseguia ver menos eu.
E porquê?
Não, não é arrufo de namorados.
Era um software novo, para bloquear “banner” que não deixava o ícone aparecer.
Afinal ele lá sempre tinha estado, escondido bem à vista.

O Mistério do contador desaparecido

Confesso que sempre gostei de romances policiais, melhor, de alguns romances policiais.
Mr Poirot e as suas células cinzentas sempre bem exercitadas, Sherlock Holmes com o seu ar alheado contudo bem atento…
Pois é, acho que vou ter de recorrer à sua ajuda para desvendar este mistério.

O CONTADOR DO SITEMETER DESAPARECEU!

Verdade, não o vejo desde sexta-feira.
Partindo do princípio que não se atrevia a ir passar fim-de-semana fora sem avisar, só posso assumir que foi raptado.
Resgate ainda não foi pedido… por enquanto… continuo a aguardar algum contacto.
Pode também ter sofrido algum acidente, mas não deu entrada em nenhum hospital, que já fui verificar.
Por isso, este é um apelo que faço.

A quem tenha visto um contador do sitemeter, discreto e bem parecido, com um número que pouco passava das 500 visitas, por favor contacte utilizando o e-mail ou os comentários deste blog.
Dão-se alvíssaras.

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Esta é para a Catarina.
Príncipes encantados, sapos ou lobos maus, que tipo de homens é que as mulheres procuram?
Ou serão mesmo cavaleiros andantes, daqueles que em moinhos vislumbram gigantes?
Daqueles que partem em busca de ideais deixando tudo para trás?

Quem é o príncipe encantado?
Aquele cujo beijo nos toca tão profundamente que nos consegue despertar de sono mais forte que a própria morte.
O resto?
São histórias de fadas.

Natal

Do baú da minha adolescência…

“O Outono chegou! Um pouco por toda a parte as mudanças fazem-se sentir. Do Norte, os ventos sopram mais fortes, as folhas empalidecem, outras enrubescem, mas as árvores não são as mesmas, existe mudança no ar, pode-se senti-la, cheirá-la, até mesmo saboreá-la, não é algo que se passe a nível da imaginação, é palpável. O ruído dos passos crescendo dia a dia, à medida que engrossa o manto das folhas mortas que cobre a terra. O azul do céu dá lugar ao cinza, o sorriso das pessoas esconde-se atrás de uma certa melancolia no olhar, para eles começa também o Outono, uma vida mais calma, mais espiritual, os dias pequenos e frios para os grandes serões de família, em redor da lareira, o prelúdio do Inverno, e no dia de Natal o grande tronco que arde, o cheiro quente da resina que invade a casa e a sensação de viver o dia mais velho do mundo. Os miúdos correm em redor da mesa grande posta festivamente, os graúdos conversam enquanto esperam a altura de descascar as batatas, cozidas com a casca, a preceito. A cebola estala no lume, o cheiro do molho de azeite sobrepõem-se ao dos pinhões. Ainda é cedo mas parece que o dia leva já séculos. Foi à meia-noite que nasceu o menino, foi à meia-noite que o Pai Natal nos deu os presentes, foi à meia-noite que fomos à missa do galo e foi à meia-noite que eu arranjei um galo que só cantou à meia-noite do dia seguinte.

As mãos enfarruscadas coçam o nariz que assim também se torna preto. “Par ou Impar?” “Par!” E lá se foram os pinhões. Porque será que os maiores têm sempre mais sorte, podem falar com os adultos, brincar com as crianças e ainda ficar com os pinhões todos?

Eu queria ser grande! Poder passar todos os Natais em redor da lareira, ter o meu lugar à mesa grande, conversar e ser ouvida, sentir-me segura de mim e sentir que fazia parte dos
crescidos.

Agora que sou quase adulta, o meu desejo é voltar aos natais dos pinhões e dos miúdos a correr à roda da mesa, dos presentes e do avozinho de barbas brancas que vinha do Polo Norte para nos dar os brinquedos... Este Natal quero um brinquedo, quero ser de novo criança. Ser adulta dá tanto medo, tomar decisões faz-me dores de barriga. (…)”

Máquina do mundo

O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto é a matéria.

Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.

António Gedeão

Tentações

"Eu sou capaz de resistir a tudo menos às tentações"
Oscar Wilde

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Sapos

Vi esta frase no Elas por Elas

”Minha avó sempre dizia:
Todos os príncipes um dia se transformam em sapos.
O segredo de ser feliz é saber que os sapos podem ter suas qualidades!”


Acho que esta era uma avó sábia, cheia de experiência de vida.

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Para quem quiser saber mais sobre sapos e as suas qualidades >
http://www.feelinfroggie.com/frogs.htm

Propriedade horizontal?

No vosso apartamento existe um quarto vago, o vosso vizinho tem uma casa de banho que nunca usa, 2 pisos acima existem mais duas habitações que tem espaços não utilizados.

O que é que achavam se alguém alugasse esses espaços disponíveis e “construísse” a sua casa assim, criando percursos de ligação pela fachada do edifício?

Não estou no meu juízo?
É argumento de filme?
Talvez não …

Foi o que fez Santiago Cirugeda, podem ver aqui com mais detalhe.
Essa e outras experiências.

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Marioneta

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Brinca com o esqueleto :)

http://www.vectorlounge.com/04_amsterdam/jam/wireframe.swf

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Manhã

Hoje o mar tinha um borbulhar de nuvens junto à linha de horizonte, como se os raios de sol da manhã o tivessem feito entrar em ebulição.

Albert Einstein

"Não entendeste realmente alguma coisa enquanto não conseguires explicá-la à tua avó"

quarta-feira, dezembro 03, 2003

Blog

Às vezes, com o meu blog, sinto-me como um DJ, que apenas faz a selecção da música que outros criaram.
Mas ainda assim, com essas melodias, das quais não tenho nem a honra nem a culpa, estou a tomar uma posição, a passar uma mensagem.
Afinal é só uma questão de instrumentos…
Algumas vezes toco letras, umas a seguir às outras, formando palavras que contam do que se passa à minha volta.
Outras vezes toco frases já escritas, imagens já definidas, e o “eu” está na escolha que faço.
Isto é um pensamento … tecla a tecla, desculpem se não faz muito sentido.
(No que eu me meto, só para me afastar por momentos do trabalho que tem que ser feito.)

Amizade

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Ainda a morte ...

“Não chorem minhas meninas, quando eu morrer. É o que lhes peço. Mas elas não entendem que o único modo de reconstruir a vida é nascer de novo. Todavia para isso é preciso morrer.

Não somos castelos. Contudo também nós vivemos a memória do passado. De uma nostalgia de recordações que nos compensa a solidão e o aproximar da morte. Sei que irei, e que o castelo ficará cada vez mais em ruínas, à espera que o reconstruam. “

Descobri hoje este blog e gostei.
Aqui fica o link, vão dar um passeio por lá.

terça-feira, dezembro 02, 2003

Haverá vida após a morte?

Quando vi o titulo do post aqui, lembrei-me de uma frase brincalhona, de que desconheço o autor que dizia "Haverá vida antes da morte?”.

Sabemos que a morte é uma fronteira, que se cruza unicamente num sentido. Se é mais vida o que nos espera do lado de lá, ou a labuta diária que vamos fazendo por cá, não sei.
Gosto de pensar que tudo o que senti, tudo o que pensei, aquela que sou e fui, não se extinguirá quando a chama da minha vela deixar de arder. E que deixarei saudades, como saudades terei ...
Viverei enquanto a recordação do que sou e do que fiz permanecer naqueles com quem me cruzei.

AS COISAS BOAS DA VIDA … III

Este texto e imagem foram apanhados aqui, mas foi o Jotakapa que descobriu e me enviou.

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“Com excepção de vinho, chocolate e morangos, as coisas mais importantes da vida não são coisas... apesar de que, às vezes, as chamamos de... coisinha mais linda do mundo... coisa mais fofa que eu já vi... coisinha meiga que dá vontade de morder... coisinha que me faz morrer de saudades o dia todo... Não é coisa, e mesmo com todo nhé nhé nhé brega meloso, é importante igual. Agora me confundi.

Tem coisas, como o amor, que são coisas importantes. Mas o amor não é coisa. E as coisas mais importantes não são coisas. Mas o amor é importante. E a gente fala que o amor é uma das melhores coisas da vida... Se o amor não é coisa, como ele pode ser uma das coisas mais importantes da vida? ... ops, deu tilt...

Brincadeiras a parte, concordo com a ilustração total in love acima. O que seríamos para este mundo, sem as "coisas" inumeráveis, impalpáveis, invisíveis, inimagináveis, insuperáveis, incompreensíveis, e ao mesmo tempo, inacreditáveis que resolvem dar o ar de sua graça de vez em quando? “


As coisas boas da vida não são coisas palpáveis em que se lhe pode colocar uma etiqueta e um preço. Mesmo quando são efectivamente coisas, como o chocolate e os morangos, não são as melhores do mundo por essa razão, mas pelo prazer que o nosso corpo, e mais do que isso, a nossa alma, retira delas.
E se consumidas sem moderação, incansavelmente, acabam por perder o encanto, acabam por saturar.

Ao contrário existem outras coisas das quais nunca nos cansamos. E não são objectos, não as posso agarrar com a mão e guardar no bolso, são sensações, sentimentos…partilhas.

E mesmo não as conseguindo agarrar, nesses momentos o mundo inteiro cabe na nossa mão.

Natal

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segunda-feira, dezembro 01, 2003

1 Dezembro

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Dia internacional de luta contra a SIDA.

Pesquisa indica que 61% no Brasil acham que Aids (SIDA) não mata
07h25 - 17/11/2003 (fonte BBC, retirado do UOL)

Uma pesquisa realizada a pedido da BBC em 15 países revelou que 61% dos brasileiros entrevistados não acreditam que a Aids e o HIV possam provocar a morte.

O Brasil foi o país que mostrou maior ignorância das conseqüências da Aids para o ser humano, de acordo com a pesquisa, apesar de terem morrido 8,4 mil brasileiros em consequência da Aids em 2001, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). No México, 31% dos entrevistados disseram duvidar de que a doença seja fatal e, nos Estados Unidos, esse número foi de apenas 2%.

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leia toda pesquisa no site www.sexologia.com.br

Mari Boine - Sons em Trânsito

Chegamos a Aveiro para jantar. Corremos parte da cidade a pé, os poucos restaurantes que encontramos, estavam fechados, domingo não é geralmente dia escolhido para saídas à noite e a maior parte dos estabelecimentos aproveita e faz descanso. Quando já tínhamos desistido e estávamos resignados a um jantar no Shopping, rápido e sem encanto, vislumbramos sob um reclame, uma ténue luz que vinha das janelas. Estaria aquele restaurante aberto? Fomos lá por descargo de consciência, pensando que seria mais uma volta em vão.

Mas não, o jantar foi bem agradável, com o timing correcto para à saída apanharmos chuvada a meio do caminho e ter de fazer o percurso corrido entre montras de loja e vãos de portas.

O espectáculo começou com meia hora de atraso, passada a maior parte dela no foyer, porque a sala permanecia fechada enquanto os últimos testes ou ensaios eram feitos.

Mari Boine… para quem como eu gosta particularmente da música, vibra com ela, ondula o corpo ao ritmo mesmo das melodias mais suaves, foram duas horas muito bem passadas.

Gostei de a ouvir falar, no seu inglês arrastado, da sua terra, das tradições do seu povo, que, como gosta de salientar, vem de antes do cristianismo e nas escolas não é ensinada, da beleza agreste dos locais que lhe servem de inspiração. Dos contraste entre um Verão quente e povoado de mosquitos e do Inverno com temperaturas que para nós povos mediterrâneos não têm qualquer significado concreto, de auroras boreais, de borboletas, de flores persistentes, do voo da águia…

E foi no voo da águia que eu consegui condensar tudo. Sempre, ao escuta-la, me senti transportada em voo rápido e rasante sobre paisagens imensas e ainda naturais. Imaginava que me libertava das amarras da gravidade e conseguia percorrer distâncias enormes em poucos minutos, via a textura da paisagem que se sucedia, sempre com aqueles ritmos por fundo, via povos, na aurora dos tempos, prestando homenagem à natureza que tudo guia. Acho que a música dela tem um carácter de intemporalidade que me conquista, aqueles sons, mais entoados que cantados, que nascem e ecoam sem que a boca praticamente se mova, conseguem ser acompanhados quer pelo silvo do vento e restolhar das arvores, quer pelos sons sintetizados de uma guitarra eléctrica.
Gostei de escutar, sozinhos em palco, uma flauta e uma guitarra que chorava como um violino.

Mari Boine tem ainda um significado especial para mim, descobri a sua música num momento da minha vida em que tive de fazer escolhas, continuar a ser quem me tinha tornado, ou tudo questionar e renascer. Por isso, para além do voo da águia, na sua música, sinto o voo da Fénix em que me tornei nessa altura.

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