segunda-feira, junho 30, 2003

Primeiro dia...

Passaram 24 horas. Será que esta brincadeira é para continuar?

Porque nesta altura não pode ser classificado de outra forma, um jogo com um só participante, um espectáculo em que o actor e espectador são a mesma pessoa, eu própria. Uma brincadeira para satisfação pessoal, uma festa em que toco musica, lanço foguetes e apanho as canas.

Mas quantas vezes o que fazemos, não o fazemos unicamente por nós, pelo gosto que dá e não necessariamente para compartilhar com terceiros.

Se eu fosse alguém com uma opinião forte e formada sobre diversos assuntos, provavelmente acharia importante a partilha, mas eu sou alguém que anda incessantemente à procura, que não sabe, que vai achando que ..., mas que não tem certezas de nada.

Ainda continuo, no meu papel de recém nascido, a tentar perceber o que me rodeia, a tentar perceber os ritmos, os sons, as cores. .. as pessoas.

Ainda continuo a tentar compreender-me a mim própria, tarefa bem mais difícil mas bem mais interessante. Todos somos pelo um pouco narcisistas, gostamos de ser o centro das atenções, se de mais ninguém, pelo menos das nossas.

Tenho uma vida inteira (independentemente dos poucos minutos ou muitos anos que me possam ser reservados, será sempre uma vida inteira), tenho uma vida inteira pela frente para refazer este puzzle que eu sou, para dissecar o meu ser, mas temo que seja demasiado curto esse tempo, que o trabalho fique por concluir e que tenha que cá voltar outra e outra vez J

(comentários? Sim, sim, por favor, digam qualquer “coisinha” ... que isto mais parece a travessia do deserto, nem a miragem de um oásis para animar a malta.
Email: putadevida_blog@hotmail.com pois ainda não sei como posso colocar a opção de comentários no blog, inexperiência total, podem crer)

domingo, junho 29, 2003

Dúvida existencial desfeita

Afinal consegui voltar ao local do crime. Dizem que o criminoso volta sempre mas eu tinha as minhas dúvidas. Não é que não acredite na sabedoria popular acumulada ao longo de muitas gerações, mas isto da tecnologia, isto da informática, vai para além da sabedoria popular.
É uma forma diferente de apreender a realidade, já não é importante o ser palpável, o existir, mas sim o que nós sentimos como real. Ficamos de tal modo condicionados pelo nosso uso dos computadores que ás vezes caímos no ridículo de tentar transpor para o dia a dia as vantagem do software. Quantas vezes a tecla de “undo” dos programas seria bem acolhida no nosso dia á dia, por mim falo, mas acho que conseguiria arranjar coro para entoar esta música.

Eu não disse que era ignorância?

Dito e feito ... quem me manda ser apressada em tirar conclusões, falar antes de pensar.
Fuso horário errado, mas também não é para estranhar, andar desalinhada, dessincronizada já é hábito, porque haveria de nisto ser diferente.
Tenho ainda de limar muitas arestas até acertar.
Mas uma dúvida (verdadeiramente) existencial me assombra.
SERÁ QUE CONSIGO CÁ VOLTAR DEPOIS DE DESLIGAR O PC?

Se não conseguir ... será uma efémera passagem por este mundo virtual de opiniões, ideias, brincadeiras e de tudo um pouco...
Estava a pensar, dantes falava-se em esgrimir ideias, em que as penas eram as espadas. Com as canetas, a imagem podia manter-se. Mas agora com os teclados, sinceramente, acho que vamos ter que evoluir nas imagens ...
Não é que nasci às três da tarde e isto coloca o post às 7 da manhã.
Malditos fusos horários.
Vai ser sempre muito interessante ver as discrepâncias ... ou então vai parecer que tenho uma bola de cristal e capacidade de previsão de acontecimentos.
Não há dúvida que pode gerar situações caricatas.

(claro que posso descobrir que afinal fui eu que ingenuamente não configurei alguma coisa que devia. Se assim for desculpem a ignorância do recém nascido que vai apreendendo a vida, A PUTA DA VIDA, pelo cheiro, pelo tacto, pela temperatura, pela luz, pelo sabor ... mas que não consegue integrar tudo e ter uma visão global.)

Nascimento...

15:00 do dia 29 de junho do ano da graça de 2003.

Pois é, belo dia para se vir ao mundo. Depois de dias com sol e temperaturas agradáveis tinha logo que escolher um dia triste e chuvoso para por a cabecinha de fora.
Até fiquei de cabelos arrepiados, bem espetados. Se tal não fosse tinha voltado para dentro. Assim, dado que o volume era grande demais para retornar pelo mesmo caminho só me restou a opção de rastejar em mina escura até conseguir libertar finalmente o meu frágil corpo.
Xiii, que frio. Nem parece que estamos em junho.
Já me tinham falado das alterações de clima, mas ... mama mia ... isto é demais. Verão, férias de escola, e os putos presos em casa porque não dá para ir á praia.
Isto de nascer tem que se lhe diga. Temos que começar logo a fazer planos senão alguém os fará por nós.
Não é que já me começaram a vestir de verde e eu sou portista, azulinha como o céu, branquinha como as nuvens. Nem me deram hipótese de uma pequena sugestão ... verde e vermelho, que afinal também torço pela Selecção Nacional.
Estou mesmo de rastos, não me consigo aguentar nas pernas ... para dizer a verdade, nem nas pernas nem nos braços, tem que me levar ao colo. Não sei o que andei a fazer ontem mas com toda a certeza foi de arromba.
Vou dormir, encontro-vos já daqui a pouco para tomarmos um copo juntos.