Ontem tive um furo.
Clarificando …
Ontem tive um grande buraco no pneu do meu carro, tão grande que conseguia meter o meu dedo sem dificuldade pela cratera aberta. Mal dei por ela, o que foi imediatamente porque o ar saiu num ápice, encostei num lugar de estacionamento miraculosamente vago numa rua onde só passa mesmo um carro de cada vez e sem passeios onde pudesse subir.
No azar, tive sorte!
Estou a imaginar o meu carrinho parado no meio de uma das artérias de saída da cidade, com carros e autocarros parados atrás e sem dúvida, buzinas a tocar e palavras menos próprias. E tudo isto a dois dias do Natal, com o trânsito “de la saison”.
Tive o azar de um furo e a sorte de um local para estacionar.
Carro encostado, saí e fui buscar a chave à mala para constatar o já esperado, por mais que me esforçasse, não conseguia rodar um grau que fosse nenhuma das porcas que prendem a jante.
Mais um azar.
Voltei ao carro, peguei o telemóvel e comecei a procurar o número de telefone da assistência em viagem. Mais uma vez teria que recorrer aos seus serviços, porque pura e simplesmente não tenho força para fazer rodar a chave de má qualidade que equipa o carro. Mesmo colocando todo o meu peso em cima da chave ela não se move. Da última vez que tive um furo, o que foi ainda no mês passado, tinham-me dito que era conveniente comprar uma chave diferente. Mas como acabo muitas vezes a deixar para amanhã … e para depois de amanhã, o que já podia ter feito, não tinha comprado a chave ainda. E assim, por culpa minha, fui apanhada mais uma vez desprevenida.
Bateram-me na janela do carro, um casal que passava ofereceu ajuda para mudar o pneu. Como me disseram, estavam a fazer horas à espera do filho que tinha vindo à faculdade. Ainda bem que ainda existem pessoas assim, que olham à sua volta e não hesitam em oferecer ajuda a alguém que não conhecem de lado nenhum.
Tive o azar de não conseguir mudar o pneu e a sorte de me ser oferecida ajuda.
E lembrei-me do post do Jotakapa que tinha lido “Sorte ou Azar”
Aparentemente, sorte e azar caminharam de mãos dadas, tentando o equilíbrio. Acho que foram como dois coxos apoiando-se mutuamente.
Nenhuma das duas com força suficiente para se aguentar sozinha.
AINDA BEM!
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