Sou capaz de ir aí pelo Natal.
E assim acabou, pensei eu, quando o palco de novo ficou vazio.
Mas estava enganada, e mais uma vez voltaram, para ainda mais um quarto de hora de Coliseu ao rubro. No total, apesar de me parecer menos tempo, foram cerca de duas horas de espectáculo.
Lugares vazios não parecia haver nenhum, desde da plateia até ao bem elevado “galinheiro”. A forma do edifício, em arena, a perspectiva que se tem de qualquer ponto sobre a totalidade do espaço, sobre a grande quantidade de pessoas que vibravam ao mesmo tempo, em sintonia, o grande volume livre central … tudo garante um encanto ainda maior.
A acústica tem alguns problemas, já todos sabemos, mas facilmente esquecemos perante a magia de certos eventos. Bastava olhar os rostos que nos circundavam e ver os olhos brilhantes, os rostos sorridentes para perceber que também eles estavam conquistados, rendidos ao prazer de ver músicos que se divertem na companhia um dos outros, que partilham uma amizade, como dizia o Vitorino, ou um copo de vinho, como fizeram questão de mostrar.
Não sei fazer reportagens, contar pormenores, tomar nota de alinhamentos de músicas. Só vos posso dar notícia do que senti e foi soberbo, sem dúvida, e acho que era a sensação geral. E alem de mais o sentido de fazer parte de algo, como se as musicas fossem de todos nós e fossemos todos amigos que se juntam para divertir. Em certas alturas as músicas já não eram cantadas no palco, mas sim por toda a gente … imaginem o que é 3800 pessoas (acho que é essa a lotação do Coliseu do Porto) cantando em uníssono …
Sou capaz de ir aí pelo Natal.
Não vieram no Natal, vieram um mês antes, mas se quiserem voltar no Natal, serão com toda a certeza bem-vindos.
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