Li no blog do JotaKapa um post que começava sendo sobre cães e gatos mas acabava sendo sobre muitas mais coisas.
"Numa coisa os gatos são muito sábios: quando se magoam, lambem as feridas e seguem em frente. Mais! Caem sempre, mas sempre, de pé!!!"
A imagem de lamber feridas aplica-se de igual forma quer a cães, quer a gatos. Acho que se aplica a todos os animais que tem língua e capacidade de contorção para com ela chegar aos mais variados sítios. No não ficar eternamente a lamber as feridas é que reside a sabedoria. A capacidade de aterrar sobre as patas é essa sim uma vantagem notoriamente felina.
Mas acho que nem cães nem gatos se deixam abater facilmente pelas adversidades. Cada um resolve os problemas à sua maneira, um pela força, outro pela astúcia, um pelo confronto directo, outro pela dissimulação. E nós, humanos, somos também assim, diferentes na forma como reagimos perante as adversidades, como as contornamos, como lutamos ou como sucumbimos. Porque nem só de vitórias reza a história…
“Quantas vezes temos a tendência para ficar a curtir a fossa quando algo nos magoa?
Valerá a pena?...”
Acho que tal como o animal que lambe as feridas antes de se levantar de novo e seguir em frente, também nós necessitamos de tempos, um tempo para sentir, um tempo para analisar, um tempo para ressurgir, e muitas vezes um tempo para esquecer.
O “lamber das feridas” ou a “tristeza que cai sobre nós” são imagens diferentes para um mesmo tempo, o tempo da cicatrização.
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