O João perguntou-me se sou pré-adolescente.
Claro que sou, a criança que me acompanha desde sempre não arreda pé por mais que lhe digam que já era tempo de me ter abandonado. Não sei se é ela que me acompanha se sou eu que a carrego a ela, acho que é por dias … somos dois membros que se apoiam mutuamente e que sincronizam movimentos … e sentimentos.
A minha experiência serve-se da inocência dela.
A minha experiência nasce da experiência dela.
Em mim tenho a criança de tenra idade que descobria o mundo pela primeira vez.
Tenho a adolescente idealista que achava que iria mudar o mundo, que iria fazer a diferença.
Em algum canto permanece a jovem que se apercebeu que a maior parte dos sonhos podem ser roubados num segundo.
E a adulta que sabe que quando nos roubam os sonhos só temos que lutar para os conquistar de volta ou então construir novos sonhos. Nunca devemos baixar os braços e chorar em cima dos sonhos destroçados.
Enquanto escrevia estas linhas martelavam na minha cabeça alguns versos de uma música, de um grupo especial para mim - Magna Carta.
"It was said of them, in older times
That the child is the father of the man,
and, yet, in growing, know not the man, and of the man's ways.
He watches the aged ones, old and seemly wise and wonders, could he ever grow to be such as they...."
Envelhecer é quase uma relação parental.
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