“A minha mãe. Inevitavelmente. Mas sobretudo agora, forçado como sou a apenas lhe escutar os olhos.”
Júlio Machado Vaz – Olhos nos olhos, historias de sexo e vida
Penso que quando os olhos conseguem comunicar, é possível ainda contornar a solidão que o declínio do corpo impõe à alma. Quando os olhos se emudecem, quando perdem o brilho e a vivacidade, quando neles deixamos de escutar os ecos das nossas palavras, então a alma ficará definitivamente prisioneira, amordaçada.
Falar, tantas vezes usado displicentemente ao longo da vida, nessa altura seria um dom precioso.
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