A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
A espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra duma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma Mãe que faz a trança à filha.
MIGUEL TORGA
Tenho tido mais vontade de falar pelas palavras dos outros do que procurar a minha própria expressão.
Textos que me cativaram e que vão permanecendo na memória. Chega uma altura que eles têm tanto de mim como se fora eu a escreve-los tal é a empatia que se foi desenvolvendo.
A vida é feita de nadas, de pequenos nadas, coisas simples sem importância que nos deleitam. O vento morno de fim de verão que nos acaricia o corpo, o sentar à beira mar a ver as ondas e o brilho do sol que transforma em prata a espuma do mar. As gaivotas que se reúnem, para falarem do Verão que se foi, da praia que de novo conquistam e do tempo frio que não tarda aí.
Novas texturas que o areal ganha, marcas de muitas patas que o percorrem. A praia volta a ser de novo o seu feudo. No mar acompanham os barcos de pesca quando estes regressam da faina.
Adoro gaivotas, não sei explicar a razão.
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