A vida é mesmo uma sequência de salas, uma sequência de portas.
Cada dia uma sala, com algumas portas.
E nós vamos percorrendo, sala após sala, sabendo que cada sala a que acedemos é condicionada por todas as outras por onde já passamos.
Vamos desenhando um percurso no labirinto da vida.
E algumas vezes chegamos à conclusão que a porta que abrimos não nos reservava o que pretendíamos, outras vezes surge mesmo arrependimento pela escolha.
Voltar atrás, fazer o percurso inverso, desfazer o caminho já trilhado, não é fácil, porque as salas já percorridas, vistas de outro ângulo são diferentes.
E nós deixamos de conseguir identificar as portas por onde passamos.
Mas ficar parada no meio da sala, não abrir portas, não fazer escolhas, não arriscar, não experimentar não é solução.
Ficar parada no meio da sala é não viver, é apenas deixar o tempo passar.
A sensação que tenho da minha vida há um tempo atrás é que eu me tinha deixado adormecer numa dessas salas, tinha estagnado.
Acordar significou tomar decisões, fazer escolhas, experimentar emoções.
Significou também sofrer.
Mas não voltava atrás, não trocava o que consegui pela anulação do sofrimento sentido.
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