Não sei se já se deram conta, quando fazem pesquisas na net sobre determinado assunto, designadamente no google, a quantidade de sites que aparecem e que correspondem a blogs.
Dantes era bem mais fácil chegar às fontes de informação, agora muitas vezes ficamos perdidos nas opiniões, nas referências, nas citações sem origem explícita.
A diferença entre o site de uma instituição e um blog é o facto de existir ou não alguém que se responsabilize pela informação fornecida, pela veracidade, pelo rigor, pela objectividade.
O blog é por definição subjectivo, da mesma forma que o é o diário escrito no caderno de apontamentos ou a crónica de opinião do jornal. São manifestações da individualidade.
Mas quando eu procuro uma informação na Internet, em primeira instância eu procuro factos e só depois me posso perder em opiniões e interpretações. E cada vez se torna mais difícil chegar aos factos à medida que o peso dos blogs vai crescendo na Internet. Não sei se acontece com todos os motores de busca, mas o google, que aparentemente contabiliza os links como forma de hierarquizar as páginas, acaba a colocar os blogs logo nas primeiras páginas, mercê dos inúmeros links que cada um possuiu. E nem sempre tenho tempo ou paciência para me passear pelas 10 ou 20 páginas de links que a pesquisa me oferece.
Pode parecer que estou contra os blogs, não estou, de forma nenhuma, não só por também já correrem em minhas veias, mas porque lhes reconheço o mérito da divulgação. E mais do que esse, o de reconciliarem muita gente com a leitura e com a escrita. Quantos de nós vamos perdendo hábitos de leitura à medida que a profissão se torna mais exigente, que a família se torna mais absorvente, à medida que outros gostos inundam as nossas vidas. Quantos outros ganham o gosto pela leitura e pela escrita através dos blogs.
Acho que o blog tem uma característica que conquista facilmente muitas pessoas, que é o facto de aliar uma escrita mais cuidada, consequente, à vantagem da comunicação do IRC, ICQ e outros messengers. Essencialmente o que algumas pessoas procuram são palcos onde se possam estabelecer relações, conhecimentos, conversas, desabafos, seduções, emoções, tal como os cafés ou as praças outrora. E os blogs proporcionam isso. Um imenso palco virtual. Outras pessoas procuram públicos, procuram oportunidades. Cada um terá as suas razões mas a verdade é acabamos conquistados, conquistados pela escrita, conquistados pela leitura, e muitas vezes conquistados pelo marketing. Sim, marketing, ou acham que divulgar um blog não obedece a algum tipo de estratégia? Mesmo que a estratégia seja ter paciência e dar tempo ao tempo, e escrever com o mesmo gosto com ou sem público.
Mas se por um lado reconheço mérito, por outro lado estou consciente, que a longo prazo, os blogs poderão dificultar a operatividade de qualquer pesquisa na Internet e a fiabilidade da mesma.
“A causa principal da difusão da ignorância colectiva é o facto de toda a gente saber ler e escrever.” Peter de Vries
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