sexta-feira, janeiro 16, 2004

...II

Corrigindo...
Somos carregados no ventre para dentro desta vida e em braços para fora dela.

A chuva caía miudinha e gélida à medida que o cortejo fúnebre percorria as dezenas de metros que separam Igreja e Cemitério. Parecia que a natureza, tipo camaleão, se pretendeu colar ao estado de espírito das pessoas.
Não gosto de funerais, acho que ninguém gosta, mas cada vez mais os funerais funcionam como espaço de reencontro de pessoas que há muito não se vêem.
A vida dá imensas voltas, cruzamo-nos com inúmeras pessoas nos anos que nos é dado viver, fazemos muitas coisas, pertencemos a mundos diversos, mas é na morte que conseguimos integrar tudo, é na morte que conseguimos reunir toda essa gente à nossa volta. E já cá não estamos para apreciar.
Irónico, não é?

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