domingo, março 07, 2004

Ser mulher!

Nunca dei grande importância ao dia da mulher, nem à necessidade da existência de um dia que celebrasse as mulheres. A minha ideia de igualdade dizia-me que se não existia um dia que celebrasse o homem porque haveria um dia especialmente dedicado às mulheres. Mesmo a discriminação positiva é uma discriminação porque evidencia o facto de haver necessidade de impor qualquer coisa, quer ela seja uma cota de sexos, de raças, de limitações físicas ou mentais, de crenças…quer ela seja um dia para pensar especialmente em alguém ou em algo.

Com a idade os olhos vão-se abrindo para outras realidades que não só as que me rodeiam, e vou constatando que são necessários símbolos para fazerem as ideias perdurarem e singrarem. Que existem muitas mulheres para quem, mesmo que seja num único dia do ano, um tratamento especial será bem acolhido. Não celebro o dia da mulher mas hoje apetece-me falar dele, apetece-me falar delas, apetece-me falar de nós.

O que é ser mulher neste início do século XXI?

Seguramente coisas muito diferentes para cada uma de nós. Não existe um “Ser Mulher”, mas vários certamente. Cada uma terá os seus trunfos e as suas derrotas a relatar na relação entre sexos. As vitórias de umas serão derrotas para outras, o não ter conseguido passar a mensagem. O homem que ajuda em casa para algumas será a conquista, mas para outras será o homem que ajuda, que não faz, que não toma a seu cargo a responsabilidade de pensar e executar, que só ajuda quando alguém pede ou já está a fazer.

E profissionalmente também temos visões diferentes, sem dúvida. Algumas terão prazer (e a possibilidade) em ficar em casa e apreciar o crescimento dos filhos, outras preferem a emoção de uma ocupação agitada, o contacto com muita gente, desafios, obstáculos a ultrapassar, o prazer da conquista, e há também as que gostam de tudo um pouco e conciliam uma vida em casa com os filhos e uma profissão gerida à distância, ou desenvolvida em casa, ou a tempo parcial. Nem sempre cada uma tem o que prefere, o que teria sido uma opção. Nas oportunidades também não existe igualdade, nem entre sexos nem dentro do mesmo sexo. Vamos gerindo o que nos é dado e o que é conquistado da melhor forma. O que TODAS buscamos, acho que é igual ao que TODOS buscamos, A FELICIDADE, que mais poderia ser! Uma palavra que engloba tudo o que lá quisermos colocar, tanto ou tão pouco.

Para mim ser mulher é ser eu própria, é sentir com força a vida, é fazer o que gosto, como gosto, é assumir que sou diferente e apreciar essa diferença. É dividir-me entre tudo o que gosto, repartir-me pelos muitos objectivos que tenho. É apreciar a sensualidade, a emotividade mas também a razão e a lógica. É gostar de partilhar, de ensinar e de aprender. É apreciar a companhia, mas também os tempos que passo só comigo. Esta é quem eu sou, e sou MULHER.

E vocês quem são?
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Dia Internacional da Mulher – a história.

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