Era uma vez um reino distante habitado por sentimentos e sensações.
Havia paixões, amores, amizades, ódios, tristezas, alegrias, havia também orgulhos, preconceitos, avarezas. Viviam separados por castas, as paixões com paixões se davam, os ódios alimentavam outros ódios, as tristezas contagiavam-se mutuamente.
As invejas eram como hienas, sempre dissimuladas na abordagem, ávidas pelo saque mas sem coragem para assumirem a vontade.
Os orgulhos mantinham-se à parte, ignorando completamente os demais.
As desconfianças eram rios tumultuosos que minavam tudo à sua passagem.
Os amores eram quais frágeis flores que necessitavam todo o cuidado para não perderem o viço.
As ignorâncias eram felizes e inocentes, já que nada sabiam nada as perturbava.
As raivas eram como nascentes de águas quentes e sulfurosas.
Este era o reino de Norte, onde as castas viviam isoladas. A Sul existia outro reino, onde os sentimentos se misturavam.
Os amores eram contaminados por dúvidas e desconfianças. Os desalentos eram diluídos pelas alegrias, as saudades mitigadas pelas recordações.
No reino de Norte os dias decorriam sempre iguais, no reino de Sul ninguém conhecia o seu futuro.
(apeteceu-me ser criança e contar uma história que começasse por: ERA UMA VEZ...)
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